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SINDICATO E SERVIDORES MUNICIPAIS PARALIZAM E FAZEM ATO EM 1º DE DEZEMBRO

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domingo, 16 de outubro de 2011

15 de outubro, Dia do Professor.

Os homens pedem carne. Fogo. Sapatos.
As leis não bastam. Os lírios não nascem da lei.
Carlos Drummond de Andrade


15 de outubro, Dia do Professor.

O professor brasileiro tão forçadamente acostumado às intempéries da vida cotidiana se vê mais uma vez diante de sua data magna – o dia 15 de outubro. Desde muito tempo, nos fizeram acreditar nesta data como um momento festivo e assim, parece ser para a grande maioria dos educadores em todo o país.
Se a data é de festa, então nada mais justo que neste dia possamos encher nossas ruas de alegria e celebrar as promessas de um futuro melhor.

Assim seria se ainda acreditássemos que as nuvens são feitas de algodão. Porque diante de um quadro caótico, que sobrecarrega o professor brasileiro de todas as responsabilidades possíveis e impossíveis que fogem de sua competência, a data vale mais pelo feriado (que às vezes em algumas escolas se estabelecem com os famosos passeios) do que pelo seu significado simbólico em si.
Desta forma nos convém perguntar: Estaria a educação brasileira caminhando na contramão da sua história? Uma pergunta e várias respostas, mas vamos nos atentar a duas apenas: 1ª A educação brasileira em sua gênese foi objetivamente pensada para a alienação e a dominação dos pobres pelos ricos, que longe daqui foram estudar alicerçados pelas riquezas dos nossos grandes ciclos econômicos, portanto, à custa de nossos antepassados explorados ao extremo da maisvalia, 2ª Nos
diversos movimentos de educadores brasileiros em prol de uma educação em busca de liberdade, o Estado brasileiro se fez leviatã no sentido de frear toda e qualquer possibilidade de avanço de ideias que de fato poderiam revolucionar a estrutura socioeconômica do país, como o fez com Paulo Freire.
Neste sentido e considerando a lentidão com que se arrastou a aprovação no plenário do Congresso Nacional de um Piso Nacional Salarial dos Professores e que mesmo, com a decisão do STF sobre a sua constitucionalidade, ainda se vê, de norte a sul do país a luta de educadores nas ruas em busca de um reconhecimento constitucional para que seja traduzido em valores no contracheque.
Dessa forma, se educação aponta o caminho da liberdade, temos que perguntar: que educação é esta e o que de fato compreendemos como liberdade no atual contexto das grandes transformações?
Num tempo em que o mercado ganhou feições humanas. E agora, nervoso e estressado se torna mais do que nunca destruidor de sonhos. Ficamos a nos perguntar, qual o nosso papel enquanto professores no século que vivemos?
Tão inútil é o desejo de alguns de nos transformarem em fantoches quanto aceitar que o ser humano não seja capaz de sonhar com algo bonito e coletivo, da mesma forma, tão importante, comemorar a data do dia 15 de outubro talvez seja celebrarmos a nossa capacidade de indignação diante da mosca que nos perturba cotidianamente e como, temos moscas beirando nossa sopa!
Naquela manhã a criança disse “Mamãe, hoje não teve merenda na escola [...]” e diante do jornal se viu a quantidade de alimentos jogados ao léu. Naquele dia, o rei despido foi ao meio de comunicação justificar o não aumento dos salários dos professores e nos jornais, autoridades eram vistas, sendo cassadas por desvios de verbas do tal FUNDEB. (a reportagem dizia que este FUNDEB é a menina dos olhos das gestões corruptas)
Salários defasados...salas superlotadas e quentes...aulas debaixo da mangueira cotidianamente por falta de sala de aula... assédio moral...e o transporte escolar que não chega e lá vai atraso no calendário mas o professor carrega a culpa...Tantas moscas e pouca sopa, tantas moscas e pouca sopa para tantas colheres!
Mas há que chegar o dia, em que iremos multiplicar as colheres e com elas intimidaremos e venceremos as moscas, intrusas de nossos dias.
Como profetizou Marx também queremos conclamar “Professores de todos os países, univos.”

Viva o dia 15 de outubro, Viva os Professores (as)!
Óbidos (PA), 14 de outubro de 2011

Abraços do professor
JOÃO NETO SOUSA RODRIGUES
Email: jnsrche@hotmail.com


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